Menina e Moça

I
Quando eu era pequenina
A tudo achava graça
À borboleta voando
Ao cãozinho que passava

II
Minhas mãozinhas pequenas
Lindas coisas já moldavam
Com o barro que provinha
Da chuvinha que Deus dava

III
As histórias e contos
Eram a minha atracção
Ouvia silenciosa
E cheia de comoção

IV
Fui crescendo ja menina
Feliz eu continuava
Junto a meus pais e família
A quem eu tanto adorava

V
O tempo assim foi correndo
E em moça me tornei
As belas tranças que tinha
Um certo dias as cortei

VI
Já com as roupas da moda
E sapato com tacão
Passava toda emproada
E um bater no coração

VII
Hoje recordo com saudade
Toda minha meninice
Onde se faz com amor
Tanta asneira e tolice.

Maria do Céu

Um Segredo de Natal

Uma história verdadeira – um segredo de Natal – desilusão, esperança – há ou não há Pai Natal?

Era uma vez uma menina já com sete aninhos feitos, que andava na escola e com as suas companheiras, brincavam, cantavam e também muito falavam sobre o misterioso e desejado Pai Natal.

Tinha chegado o dia de tirar as suas dúvidas, era véspera de Natal. Quando já todos dormiam, levantou-se, caminhou para a cozinha e a sua sandalinha foi posta na chaminé. Agora era só esperar o dia de amanhã para tirar suas dúvidas, para saber a verdade.

Foi para o quarto, deitou-se e esperou acordada. Amanheceu e enquanto todos dormiam foi a correr à cozinha ver o que se passava. Foi uma desilusão, uma dor no coração pois a sua sandalinha estava ali, mas vazia, sem sombras do Pai Natal.

A menina com vergonha nunca contou a ninguém como soube realmente que o nosso Pai Natal, são os nossos próprios pais.

Esta menina guardou este segredo durante 70 anos e em todos os natais que vão passando por nós, ela se lembra como tirou suas dúvidas e como se desvaneceram as suas ilusões que nos fazem tão felizes quando nós somos meninos, quando nós somos crianças.

A menina desta história
Que a verdade doeu
Por estranho que pareça
Essa menina sou eu.

Maria do Céu Simão, 4 Setembro 2014

Querido Esposo

Meu coração é um cofre
Cheio de recordações
De muita felicidade
Vivida por nós os dois.

Foste o meu grande amor
O meu príncipe encantado
O meu esposo tão querido
E o meu rei muito amado.

Quero-te dizer amor
Que te amo, Que te amo,
Que te amo de verdade
Sinto tanto a tua falta
Estou morrendo de saudade.

Esta linda poesia
No coração vou guardar
E todos, todos dias
Seja noite ou seja dia
Eu a irei recitar
Juntando minha alegria
Por pensar naquele dia
De te poder abraçar.

Eu te amo.

Maria do Céu

Lembranças da Minha Terra

Nascia o sol era verão
Eu eu ficava parada deslumbrada
Junto à igreja e ao mar
Olhando embevecida
Aquela grande baía
Aquela zona sem par.
Como é grande a natureza
Dando assim tanta beleza
Pura, simples e real
O sol, a bola de fogo
Calmos, muito devagar
Ia subindo, subindo
Deixando seus reflexos
Por tudo quando era mar.
Praias lindas, concorridas
Com os banhistas ao sol
As conchinhas e os búzios
E o seu lindo farol
Os caranguejos bonitos
E as tartarugas andando
A passo de caracol.
Mais abaixo a fortaleza Para lembrar o passado
As avenidas bem largas
E os jardins cuidados
Casas lindas e modernas
Pintadas com muito gosto
E o friozinho que fazia
Em pleno mês de Agosto.
Moçâmedes, a minha terra natal
De grandes recordações
Amada por tanta gente
Maltratada e destruída
Por ganância e ambições.

Maria do Céu